"apenas dois por cento dos portugueses que fazem downloads de música pagam por eles," diz a netsonda

A empresa portuguesa de estudos de mercado Netsonda analisou os endereços de email de 375 rapazes com idade superior a 16 de anos – “consumidores tipicamente urbanos e utilizadores de Internet” – e enviou-lhes um email solicitando-os que respondessem a um inquérito sobre os seus hábitos e motivações em relação ao consumo de conteúdos online.
Com base nas respostas, chegou à “surpreendente” e “original” conclusão de que a maioria dos internautas portugueses é pirata e que a música é o tipo de conteúdos mais procurado. De facto, os dados parecem indicar mesmo isso, de acordo com o Blitz que refere que 75,6 por cento dos inquiridos afirmou não pagar nada pelos downloads que realiza, ao passo que 22 por cento disse que realizava simultaneamente downloads grátis/ilegais e downloads pagos/legais. A percentagem daqueles que declararam realizar apenas downloads pagos foi de uns míseros dois por cento.
Continuando com os dados do estudo, a razão para a popularidade dos downloads ilegais mais escolhida pelos 375 inquiridos foi o inevitável elevado preço dos CDs e dos downloads pagos, de acordo com 77 por cento dos inquiridos. Mesmo assim, parece que a percentagem daqueles que acham que a música deve ser gratuita ainda não é lá muito elevada.
Pelos vistos, apesar da descida continuada das vendas de música em Portugal parece que nem tudo está perdido para as editoras discográficas. E de facto, os resultados do inquérito até nem são assim tão catastróficos uma vez que “84,5 por cento garante que, independentemente de fazer downloads pagos ou grátis, continua a comprar CDs, e que estes são “a sua maior fonte” de consumo de música.”
De realçar ainda que cerca de 20 por cento dos inquiridos afirmaram não realizar quaisquer downloads a partir da Internet, indicando como razão a preferência pelos objectos físicos. O inquérito também apresenta alguns dados relativos a descargas de filmes e videojogos, mas com uma amostra tão reduzida é melhor não lhes atribuir muita credibilidade.